Pe. Cleverson F. S. Pinheiro |
Metanóia é uma palavra grega que significa, entre muitos significados, conversão. Durante quarenta dias de resistência às tentações de Satanás, o cristão é chamado à mudança de vida. A palavra de Deus é a referência para a conversão radical do pecador que se realiza paulatinamente. Essa palavra, viva e eficaz, é capaz de fazer brotar a vida de onde menos se espera. Os convertidos explicitamente apresentados nos relatos bíblicos receberam uma nova vida a partir da metanóia.
Olhando para os homens de ontem, ainda hoje é possível perceber homens que desejam fazer uma experiência sincera de conversão. Entretanto, desde sempre, o homem, desnorteado pelas suas carências, busca preencher o vazio interior com escolhas erradas, não conseguindo encontrar em lugares obscuros a razão de sua felicidade: o criador. Deus não abandona a sua criatura. É ela que, contaminada por desejos maldosos, afasta-se de seu criador.
Há uma gama de homens e mulheres, no contexto bíblico, que entraram nesse processo de metanóia. Uma figura exemplar é Paulo. Depois de muitos conflitos com os cristãos passa de perseguidor a perseguido. Sua experiência com o ressuscitado, a caminho de Damasco, converteu Saulo em Paulo, um homem de Deus, apaixonado por Jesus Cristo. Ele renunciou a sua vida velha assumindo o homem novo, segundo o Espírito Santo.
Paulo pregou a metanóia, pois evangelizava em território grego. A sua pregação surtiu efeito e muitos se converteram a Jesus Cristo. Isso prova que quando existe abertura no coração humano para acolher a Palavra de Deus, uma transformação na vida do envolvido por ela acontece sem limites.
O tempo de metanóia não passou, está apenas começando. A Quaresma é um período em que as práticas penitenciais são intensificadas. As leituras bíblicas que iluminam esse tempo fazem a pessoa compreender que o caminho que leva ao encontro com o ressuscitado é aquele realizado pela renúncia e desapego. Portanto, é seguindo esse caminho que o espírito humano vai se purificando das paixões desordenadas e, consequentemente, inclina-se para Deus fim último das aspirações humanas.
Pe. Cleverson F. S. Pinheiro